Jogando Poker nos EUA ou os dias em que eu finalmente ganhei dinheiro no Cassino

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Volto aqui, como convidado, para falar de um dos assuntos, ou de uma das minhas maiores distrações: jogar Poker.

Certamente você já deve ter lido muita coisa sobre jogos de Poker. E, claro, provavelmente sabe muito a respeito, especialmente porque se trata de um jogo de habilidade e estratégia, razão pela qual não se deve classificá-lo como jogo, de sorte ou de azar, como alguns podem entender.

Penso que você concorda com isso, e só vou lembrar que a sorte, se é que ela existe, prefere uns e esquece os outros… dificilmente vai prevalecer e se manter ao seu lado por longo e longo tempo. Ou, até quem sabe – e especialmente aqui no caso – por várias e várias rodadas.

Os grandes torneios de Poker costumam durar dias. Já os torneios médios facilmente duram mais de 10 horas. E haja sorte para vencer tantas “mãos” assim.

TRAJETÓRIA NO POKER: DO TEXAS PARA OMAHA

Comecei jogando Texas Hold’em, mas logo mudei para Omaha. E para Omaha Hi/Lo, mais especificamente.

Minha tese e linha de atuação no Poker resume-se em 2 pontos principais: paciência e matemática.

É muito pouco provável que os grandes jogadores não levem em conta esses 2 pontos, entre vários outros, claro, como destaques e características.

O problema do Texas Hold’em estava no meu limite de paciência. Paciência que talvez não seja tão grande assim, afinal, no Texas, dificilmente a gente joga mais do que 1 em cada 7 ou 8 rodadas, pois não terá cartas ou posição na mesa ou até alguma combinação de outros fatores para isso.

Esperar tanto tempo assim para “me divertir”, parecia demais, e eu confesso que sempre acabo perdendo a concentração e motivação muito rapidamente.

Mas, por falar em Matemática, a lógica e a probabilidade devem estar sempre presentes no processo de tomadas de decisões do jogador.

Tendo em vista a dinâmica do jogo no Omaha Hi/Lo, a quantidade de cartas que se recebe e maior amplitude de chances de ganhar, o jogador acaba participando, em média, 1 vez a cada 2 ou 3 rodadas. Vamos admitir que se trata de uma dinâmica muito grande para alguém com um pouco mais de ansiedade, como é o meu caso.

Isso sem considerar que levando-se em conta a natureza do jogo, as equações matemáticas e o número de possibilidades de combinação no Omaha Hi/Lo, fazem a cabeça da gente funcionar muito mais e eu gosto disso. Gosto tanto que já lá se vão 20 anos desde que entrei no mundo do Omaha.

ESCOLA DE OMAHA HI/LO

Hoje em dia já se constata uma série de clubes, grupos, e são vários os jogadores de ótimo nível de Omaha no Brasil, bem diferente de vinte anos atrás quando pouco se falava disso no país. Quem quisesse jogar ou evoluir tinha que sair e jogar no exterior.

Encontrei no Hard Rock de Tampa, uma das escolas perfeitas para minha evolução. Como se não bastassem as inúmeras atrações, as idas para Orlando ganharam uma nova atividade.

Vários torneios e algumas mesas de “cashgame” – só de Omaha Hi/Lo. Parecia inacreditável. 2 ou 3 vezes por ano, repetia essa combinação de “parques em Orlando com a família”, e incríveis bate-volta, dali para Tampa.

EMPATAR E NÃO PERDER DINHEIRO NO CASSINO ERA LUCRO

Apesar de ser um destino turístico, as mesas de Omaha Hi/Lo, na sala de poker do Hard Rock Tampa, eram quase totalmente formadas por moradores locais. Vez ou outra aparecia algum turista. Eu, por exemplo…

O nível de conhecimento e jogo deles estava anos-luz à frente do meu. Por razões óbvias, eu só jogava torneios de baixo valor de entrada e só participava nas mesas de cashgames de valores menores. Aqui vou abrir um pequeno parêntese para quem não esteja familiarizado com o assunto. Enquanto no Torneio você paga uma taxa de entrada e todos começam com a mesma quantidade de fichas, no cashgames você pode comprar indefinidamente mais fichas. O que conta é o limite de cada mesa, que possui um limite máximo de valor para entrar e começar. Peguei minha carteirinha de “afiliado” no Cassino para ter alguns benefícios adicionais e comecei a (pagar) para aprender. Era realmente muito difícil competir com aquela turma. Parecia que eles jogavam todo dia, há 40, 50 anos (o que talvez pode até ser verdade).

Aliás, a média de idade dos “meus companheiros de Poker” era na faixa dos 70 e 80 anos, o que mostra um pouco a idade do Omaha Hi/Lo. Além dos custos de pedágio e gasolina, devido aos meus deslocamentos de Orlando a Tampa, eu ainda tinha que contabilizar os meus investimentos. Isso mesmo, eu tratava tudo como se fosse investimento… no aprendizado.

Eram verdadeiras aulas que eu recebia ali. Por várias vezes cheguei a desistir da mão, apenas para observar, atentamente, o desenrolar das rodadas. Estar naquelas mesas e analisar todas as rodadas já garantia minha evolução. Perder pouco em um dia, era o objetivo. Empatar ou sair no zero a zero, representava uma grande vitória.

DOS CASSINOS DE TAMPA PARA OS CASSINOS DE LAS VEGAS

Depois de alguns anos e das várias e várias horas de mesa em Omaha Hi/Lo, acumuladas em Tampa, onde eu já era uma pessoa conhecida e “meus companheiros” começaram a virar colegas, achei que havia chegado a hora de testar um pouco mais minhas habilidades.

E uma informação despertou bastante a minha curiosidade; por vezes, mencionavam o Cassino New Orleans em Las Vegas como sendo a “meca” do Omaha nos Estados Unidos. E que lá estariam os grandes, ou maiores jogadores de Omaha do planeta.

Se curiosidade pouca é bobagem, se um voo de 5:30 horas de Orlando para Las Vegas, “não é nada” e passagens em promoção não há de faltar, tinha que conhecer esse lugar de qualquer jeito.

Convencer minha esposa e filha de que os parques da Disney (e da Universal) de Los Angeles eram igualmente fantásticos, foi fácil demais.

Além do que, Las Vegas pode ter diárias espetacularmente baratas, em Hotéis magníficos, de domingo a 5a feira. Ficar hospedado em suítes temáticas e poder ter amplos benefícios, por uma pequena fração do valor de finais de semana, não era nada ruim.

Seja no período que morei em Orlando (e encarava fácil essas 5:30 horas de voo para Las Vegas), ou antes disso – partindo do Brasil e mudando o destino das viagens para a Costa Oeste, Los Angeles e Las Vegas – entraram definitivamente no meu mapa.

E isso não foi nada difícil, diga-se de passagem. A Califórnia é fantástica e Las Vegas tem atrações para todas as idades.

Assim comecei a ser figura presente nas tardes-noites do Hotel Cassino New Orleans.

Sem nenhuma presunção e atribuindo à escola de Tampa, não sofri muito não. O meu nível de jogo já estava muito bom e tive pouquíssimas perdas. Reconheço que lá devem estar muitos dos melhores, mas aquela ‘turma de Tampa” (que espero e rezo que estejam ainda na ativa), havia “me preparado” muito bem.

TREINO É TREINO E JOGO É JOGO; VAMOS JOGAR POKER

Se você chegou até aqui é porque realmente quer saber, afinal, se o que foi escrito no título dessa matéria, vai ser respondido.

E a resposta é sim. Eu só quis contextualizar tudo para tentar mostrar que existe uma jornada para quase tudo na vida. E que sem alguns passos anteriores, você não vai conseguir escalar montanha nenhuma.

Então, aos fatos (ou mais perto deles): Empolgado com meu “estágio” no New Orleans, fui caçando torneios de Omaha Hi/Lo nos diferentes Cassinos de Las Vegas. Sempre privilegiei torneios com “buy in” (valor de inscrição) baixos.

Sinceramente eu não tenho muito preparo para grande exposição ao risco. Ao jogar em valores muito altos, acabo, intimamente, me sentindo pressionado pelo fator dinheiro.

Quem joga sabe bem o que estou falando. E isso pode ocasionar péssimas decisões em determinadas situações e em algumas rodadas. Eu nunca jogo pensando no (risco de perder) dinheiro pois isso pode mudar o meu jogo. Jogo com probabilidade e ponto. O jogo não pode mudar e você não pode estar pressionado pelo fator “dinheiro”.

Assim, durante uma “boa temporada”, participei de vários torneios regulares, daqueles que existem diariamente, em vários cassinos pela Strip. Raramente escolhia torneios com valores de entrada superiores a U$150; esse era o valor máximo.

A meta já era diferente aqui: ter ROI positivo. Assim, se eu gastasse U$ 500 ou u$ 1,000 dólares em torneios, queria receber mais que isso, como retorno.

Devo ter jogado algumas centenas nesses torneios e entrei na zona de premiação da maioria, ganhei uns poucos e perdi outros tantos. No final das contas, apesar do saldo positivo, não havia nada de espetacular acontecendo. Por jogar em tantos torneios assim, acabei ganhando mais em descontos e mimos de Hotéis do que qualquer outra coisa. Sim, essa é outra coisa fantástica dos cassinos e Hotéis de Las Vegas: programas de recompensa e fidelidade. Como são programas gratuitos, eu participava de todos que tinha conhecimento.

Entretanto, a dinâmica dos torneios estava começando a trazer um certo desconforto familiar, pois muitas vezes eram torneios que duravam cerca de oito horas ou mais. E eu precisava dar um jeito nisso.

DOS TORNEIOS DE POKER PARA CASHGAMES

Falando francamente, fiquei um pouco decepcionado com essa(s) temporada(s) de torneios. Durante cerca de dois anos, repeti o ritual, jogando vários, longos e cansativos torneios e sentia que não saía muito dessa média de ganho que era pequena. Garanto que nunca sonhei em ser jogador profissional ou viver do Poker (ok, reconheço: sonhar eu devo ter sonhado – rsrsrs).

Talvez, em algum momento posso até ter pensado que era melhor do que realmente eu era; talvez um Pelé ou Messi do Poker. Pretensão… Claro que não era mesmo… Assim como eu, eram vários, dezenas, até algumas centenas de outros, figurinhas carimbadas em torneios, disputando em um nível muito próximo. Mas a paixão pelo Poker continuava e aí fui jogar cash games.

Era o que restava fazer, alguma coisa que não iria gerar nenhum conflito familiar. Afinal, em jogos cash, você sai da mesa na hora que quiser e leva suas fichas no bolso.

Lembro que logo no primeiro dia, jogando Omaha Hi/Lo no “The Venettian”, aconteceu algo inspirador.

Cheguei bem mais tarde, depois de um longo e incrível dia com passeios ao lado da família pelo Arizona e me sentei à mesa pouco depois das 22 horas. Isso mesmo, 22 horas. Lembro perfeitamente desse horário.

Nas primeiras 4 ou 5 (ótimas) rodadas, eu sextupliquei o meu valor inicial de entrada. Em menos de 20 minutos, os meus 100 dólares em ficha, já tinham virado 600 dólares.

Claro que isso é fato raro, raríssimo até de acontecer. Vir com boas cartas e andar tudo bem por 4 rodadas consecutivas, contraria a lógica e é uma enorme exceção. Se não fosse isso, não teria acontecido o que aconteceu:

A SUA MELHOR CHANCE DE GANHAR DINHEIRO NO POKER

Acompanhado do hábito de fumar (péssimo, eu sei…), excitado pela série de boas rodadas, aproveitei que estaria a algumas rodadas do big blind (onde a aposta inicial é obrigatória) e fui para a área de fumantes (visto que obviamente não se permite fumar nas salas fechadas de Poker).

Instantes depois apareceu um dos jogadores que estavam na mesma mesa que eu, e, naquele momento eu falava ao telefone com minha esposa. Ao perceber que eu falava em português, logo que desliguei o tal apostador veio e foi logo se apresentando: disse que seu nome (peço desculpas por não lembrar), pode ser até que fosse Richard, ou coisa assim. Seja lá como for, vou chamá-lo de Richard. Richard era filho de mãe portuguesa e pai americano, falando com fluência, e sotaque, português.

Richard me contou que ele vive do Poker e que passa de 10 a 12 horas por dia nas mesas de “cash games”. Sim, somente em “cash games” e raramente participa de algum torneio. E por viver disso, onde cada hora tem que ser remunerada, estaria trocando de mesa pois não seria interessante para ele continuar naquela mesa para ter que “dividir” esforços com alguém com um nível tão alto. SIm, estava falando de mim e ganhei ali o meu troféu “virtual”.

Curioso e tentando explorar mais, falei diretamente que não tinha compreendido muito bem.

Foi aí que ele me explicou que, assim como os primos, ganha a vida jogando Poker e tem uma estratégia: sempre opta por cash games pois, invariavelmente, tem muitos turistas jogando.

E disse mais: a dinâmica dos turistas repete quase sempre o mesmo padrão; estão lá para se divertir, claro. Geralmente consumindo bebidas alcoólicas, quase sempre estão distraídos com as (poucas) roupas das garçonetes, imaginando que ainda poderão ter algum sucesso com elas, que “gentilmente”, trazem cada vez mais bebidas grátis a eles, em troca, claro, de alguma gorjeta.

E Richard completou: a maioria dos turistas entra no cassino com uma meta estabelecida que é: “quando eu perder X dólares eu paro”. Um contingente enorme pensa assim: vou jogar e quando perder x, eu paro. E está tudo certo para eles, pois é um momento de diversão.

A questão, disse Richard, é que alguém, então, vai ganhar esse dinheiro, fora o cassino, que fica apenas com um percentual, ou “taxa de comissão”. “E por que não eu?” – completou.

Na hora, processei rapidamente tudo o que ele disse. Claro que isso faz muito sentido e nas épocas de alta temporada, a quantidade de turistas é muito maior do que a capacidade das mesas. Chega a ter listas de espera para entrar nas mesas, muitas vezes, superior a 2 horas.

Depois desse papo, voltei à mesa, joguei por mais algumas horas e, como estava em uma “maré de sorte”, fui embora com um bom lucro, com ROI de quase 30x.

Mais que isso, sai com o meu maravilhoso “troféu”: ser elogiado por um jogador profissional.

O melhor de tudo, porém foi ter recebido essa tonelada de informações que mudaram o meu jeito de pensar sobre as maiores chances de ganhar dinheiro no Poker ou no cassino.

A gente já sabe que não é um bom negócio jogar contra o cassino. E nem se deve também jogar torneios onde o skill médio dos concorrentes é, em grande parte, igual ou superior ao seu. Não é uma boa…

De volta para o Hotel eu não conseguia parar de pensar em tudo aquilo e a primeira coisa que fiz ao entrar no quarto foi ligar o notebook, abrir uma planilha e começar a colocar as variáveis.

Os dias seguintes foram de “trabalho duro”; cidade muito cheia de turistas e o cenário perfeito. Uma semana me rendeu 5 dígitos, que em algum momento, me fizeram pensar que eu poderia falar para meus amigos marqueteiros que eu iria fazer “um 6 em 7” (6 dígitos, em 7 dias) em dólar e me divertindo. Não deu, mas foi bastante coisa que ganhei.

VEJA AQUI O CENÁRIO PERFEITO PARA GANHAR DINHEIRO NO POKER, EM CASSINOS

Fique claro que não estou descobrindo a América. Aqui e ao longo dos anos, acabei identificando muita gente que faz isso, alguns brasileiros inclusive. Porém, ainda é uma porção muito pequena e existem muitas oportunidades. Eu ainda não voltei por lá desde a pandemia e no período pós-pandemia.

Por uma série de compromissos e fatores profissionais, tive que adiar várias viagens para Las Vegas, com passagens compradas e constantemente remarcadas. Conto os dias para a próxima temporada.

Para todos aqueles que têm um bom conhecimento do jogo, em qualquer modalidade e querem ter uma chance de ganhar, as melhores indicações são as que você vai ver agora. Veja quais são:

-Identificar épocas de alta temporada ou grande fluxo de turistas no destino;

-Procurar entrar em mesas de cash games que tenham muito turistas;

-Antes de entrar na mesa observar o comportamento deles; se estão bebendo, se estão bêbados, felizes, rindo, em grupos de amigos, etc.

-Importantíssimo: nunca beber “em serviço”. Lembre-se que você está lá para sair com mais dinheiro do que entrou. A bebida pode tirar seu poder de concentração e raciocínio rápido. Vamos até criar um slogan: “Se jogar, não beba!”

-Encontrar o padrão de horário correto que tenha mais turistas. Em alguns lugares será logo nas primeiras horas da manhã, em outros, à noite;

-Errou na escolha da mesa? Não tem problema; saia e comece a procurar outra;

Assim como todo mundo, ninguém gosta de perder. Sim, queremos ganhar sempre, lógico. Mas, lembre-se de um detalhe que deve ser o principal para quem gosta do jogo: ainda que não saia com lucro, só por estar ali, já é uma diversão.

Jogue sempre com responsabilidade, para que você possa se divertir, colecionar histórias, fazer novos amigos e se tudo der certo, ganhar muitos mimos, upgrades, diárias grátis e quem sabe, um bom punhado de dólares.

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